quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O Retorno de Star Wars

 
 
Ainda nesta semana será lançado o merchandise oficial de O Despertar da Força, enquanto ainda esperamos pela chegada do filme aos cinemas mundiais. Deixado esse detalhe de lado, porém, faltam apenas alguns meses para o fim da espera, e acho que já é hora de algumas reflexões serem feitas, uma vez que o hype aumenta cada vez mais.

É importante, antes de tudo, dizer que para os fãs da saga não houve o mesmo tipo de hiato ocorrido em relação ao resto do público. Os fãs sempre tiveram à sua disposição variadas e constantes histórias sobre a galáxia de Star Wars, seja em quadrinhos, livros, série de TV, ou games; e isso ocorre desde o fim da trilogia clássica. Para essas pessoas Star Wars vai muito além dos Skywalker, da Guerra Civil ou das Guerras Clônicas. Guerras Mandalorianas, Grande Guerra Sith, Exar Kun e Ulic Qel Droma são alguns exemplos de tudo o que ocorreu milhares de anos antes dos filmes da saga. Há também as histórias que se passam após O Retorno de Jedi, sendo a principal a já conhecida Trilogia de Thrawn, cujos livros estão sendo publicados pela Editora Aleph. Essa trilogia literária, porém, é só o início. Luke Skywalker montou uma nova Ordem Jedi, mas mudou as regras em relação ao casamento, o que o permitiu unir-se a Mara Jade e ter um filho, Ben Skywalker. Han Solo e Leia, por outro lado, tiveram três filhos: os gêmeos Jacen e Jaina Solo, e Anakin Solo. Há também a conhecida minissérie em quadrinhos, Dark Empire (O Império do Mal, no Brasil), em que Palpatine volta à vida em corpos clonados, após a Trilogia de Thrawn, e Luke se volta temporariamente ao Lado Negro. Eu, assim como outros, não gosto dessa história, mas é importante mencioná-la.
 
A grande questão é que não importa o quanto os fãs da saga tenham continuado a acompanhar as histórias, o fato de haver uma futura nova trilogia é algo grandioso demais, mesmo para os que se sentem divididos entre ficar com a história dos novos filmes e a história do velho Universo Expandido. A empolgação é enorme, e o tipo de ânimo não é o mesmo daquele de quando se lê um quadrinho ou livro, ou se assiste a uma série de TV da saga. O letreiro inicial, a trilha de John Williams, nomes que soam estranho em português, atores em carne e osso, o próprio merchandise e o simples fato de que não é só você, mas milhares de pessoas que estarão vibrando nas mais diversas salas de cinema; é algo que está acontecendo apenas pela terceira vez, na franquia. Se a empolgação continuará até o fim da trilogia, só dependerá da qualidade dos filmes (é quase certo que serão melhores que A Ameaça Fantasma e O Ataque dos Clones).
Como eu disse, isto tudo está acontecendo apenas pela terceira vez. Os fãs esperaram dezesseis anos pelo Episódio I, e dez anos pelo Episódio VII, e essa espera tem importância gigantesca no hype de cada época. A questão é que a Disney não comprou a LucasFilm para aproveitar Star Wars três vezes por década, o uso já está sendo feito também em Star Wars Rebels, Star Wars - Battlefront, e dois grandes parques já estão em planejamento. Uma outra consequência disso são os futuros derivados da saga, e não apenas não duvido de sua qualidade, como penso o contrário a respeito de Rogue One: A Star Wars Story (apesar de não ter confiança nenhuma no outro derivado, sobre o Han Solo, ainda mais sendo interpretado por outro ator). O possível problema disso tudo é a perda da magia sobre a chegada de novos filmes da saga, como estamos sentindo atualmente. Não se trata de enjoar ou de os filmes pararem de fazer sucesso, como tantos dizem a respeito do futuro dos filmes de super-heróis, mas “apenas” sobre um outro tipo de empolgação, que talvez se aproxime mais da empolgação de se ler histórias do Universo Expandido, como disse anteriormente.
Isto, porém, é algo para se verificar no futuro. Agora é o momento para apreciarmos o hype que estamos sentindo. Para aqueles que deixaram Star Wars estacionado em algum canto, é hora de trazer de volta com toda a força (ou seria “Força”?), é hora de voltar a aumentar coleções de action figures, de naves e veículos, ou até mesmo de quebra-cabeças e brinquedos de fast food. E, se por um lado o Universo Expandido foi deixado de lado, por outro eu deixo aqui registrado o quanto eu acredito que Kylo Ren (que tem o visual muito parecido com o de Darth Revan) seja o equivalente a Jacen Solo (Darth Caedus), o filho de Han e Leia que se voltou ao Lado Negro. Se isso for verdade, precisarei levar mais uma peça de roupa íntima ao cinema.
 
 

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